Conhecida também por lesão renal aguda, a insuficiência é definida como uma perda rápida e abrupta da capacidade dos rins filtrarem as toxinas do sangue, mas com uma boa chance de recuperação após a resolução do fator causador. A lesão pode afetar 30% das pessoas internadas em centros de terapia intensiva, podendo chegar a 5% das pessoas internadas em hospitais.

Sintomas, causas e prevenção da insuficiência renal aguda

Os sintomas mais comuns da insuficiência renal aguda são: náuseas, vômitos, fraqueza, inchaço, falta de ar e alterações da pressão arterial.

Entre as principais causas estão as infecções generalizadas, a desidratação grave e a toxidade renal de medicamentos, como os anti-inflamatórios não esteroides. Por isso, é muito importante não utilizar medicações sem conhecimento do seu médico.

Em determinados casos, a insuficiência renal aguda não apresenta sintomas, portanto, o monitoramento através dos exames laboratoriais que estimam a filtração glomerular, como a creatinina, é uma das principais formas de prevenir a doença. Além disso, é fundamental manter o estado de hidratação do corpo adequado, assim como controlar a pressão arterial, evitar o uso excessivo de medicamentos, a automedicação e, sempre que possível, minimizar e/ou evitar a realização de exames com contraste de iodado.

Tratamento

É indispensável realizar consultas com um nefrologista para minimizar os fatores agressores como a desidratação, os distúrbios dos eletrólitos, para ajustar as doses das medicações e evitar as mais tóxicas para o rim.

Infelizmente, não há remédio que trate a insuficiência renal aguda. No momento em que o rim não está mais funcionando, pode ser necessário recorrer a uma terapia que faça o papel do órgão. Esta terapia é a diálise, que vai filtrar o sangue no período em que o rim não estiver trabalhando até a sua normalidade. Na lesão renal aguda, a recuperação acontece num período de até quatro semanas na maioria dos casos.

Insuficiência renal aguda x Doenças renal crônica

Existem muitas diferenças entre a insuficiência renal aguda e a crônica. A aguda tem um tempo de instalação rápida. Já a doença renal crônica é uma doença insidiosa, de instalação lenta, definida como uma perda da função renal que permanece por mais de três meses. O paciente pode conviver com a doença renal crônica por anos sem percebê-la. A doença renal crônica é irreversível, neste caso, a opção é reduzir a velocidade da perda da função renal até que se faça o transplante.

Lectícia Barbosa Jorge é gerente médica nacional de Serviços Hospitalares da Fresenius Medical Care.