Neste mês, é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. A data visa conscientizar a população sobre a importância do ato e do diálogo com a família. Para esclarecer as principais dúvidas sobre o tema, entrevistamos o Dr. Pedro Túlio, Nefrologia - Transplante Renal da Fresenius Medical Care. Confira. 

1. O que é preciso fazer para ser um doador de órgãos?

O modelo no Brasil é de doação consentida, onde há necessidade da autorização de um familiar direto. Sendo assim, converse com a sua família. Comunique a sua vontade de doar os seus órgãos.

2. Quantas pessoas podem ser beneficiadas por um doador?

Entre órgãos e tecidos, até 11 pessoas podem se beneficiar.

3. O que é morte encefálica?

Primeiro, é fundamental ressaltar que morte encefálica é igual a morte. Nela, após um evento neurológico grave (trauma, sangramento, isquemia), o paciente perde todas as funções encefálicas irreversivelmente, e o coração segue batendo apenas pelo suporte com medicações e ventiladores.

4. É possível doar órgãos em vida? Quais?

Em relação aos órgãos, é possível doar o rim e uma parte do fígado e, em alguns casos selecionados, uma parte do pulmão. Também é viável doar a medula óssea.

5. Há riscos para o doador vivo?

Se respeitada uma adequada avaliação pré-operatória, que é bastante rigorosa, os riscos cirúrgicos são mínimos (em torno de 1 em 200 casos tem alguma complicação).

Quanto à saúde futura, o recomendado é que o doador adote hábitos saudáveis, com atividade física regular, alimentação regrada, evitar tabagismo, e vá consultas médicas anuais. 

6. O senhor poderia compartilhar alguns dados em relação à doação de órgãos? Quantos transplantes renais são realizados por ano?

O Brasil realiza cerca de 4.500 transplantes renais por ano, com 85% de doadores falecidos. Embora sejam números robustos, ainda há cerca de 35 mil brasileiros na fila aguardando o órgão, então, é fundamental educarmos a população para aumentarmos o número de doadores.