"Não há muito o que eu não possa fazer."
Programas de prevenção podem retardar a progressão da doença renal e ajudar os pacientes na transição para a diálise
Bonecas, estatuetas, retratos - a sala de estar de Gizella Laurencsik está repleta de pequenas obras de arte. Ela, aos 65 anos, fez tudo sozinha. Descobriu sua paixão por artesanato não faz muito tempo, quando ganhou de presente uma boneca de palha. “Observei os detalhes, e logo percebi que eu mesma poderia fazer uma, então comecei”, relembra Gizella Laurencsik. “Isso foi no inverno de 2011”.
Gizella Laurencsik é muito boa em relembrar datas e anos. Em novembro de 1970, viveu um período agitado. Ela e seu marido se mudaram para uma pequena casa em Karancsalja, vila ao norte da Hungria, a cerca de uma hora de carro de Budapeste. Outro marco foi o ano de 1966, quando a doença renal a forçou a desistir do trabalho. E, claro, as datas que seus dois filhos e quatro netos nasceram.
Mas a data de 26 de maio de 2014 nunca sai da memória: foi o dia em que viu pela primeira vez uma máquina de diálise.
Nesse dia, fui a uma área do hospital que nunca tinha ido antes. Uma enfermeira veio até mim e perguntou o que eu estava procurando. Contei a ela que era uma paciente nova. Logo me levou até um quarto para me mostrar onde sentar. Então outra enfermeira chegou para explicar todos os detalhes. Elas foram muito gentis, mas ainda era estranho ver meu sangue correndo pelos tubos.
Momento de virada na vida
Making the decision to undergo dialysis is a life-changing moment. Like any other patient, Gizella Laurencsik was deeply apprehensive. But she was determined to be strong, and pulled herself together: "If others have managed to get through this treatment, so can I." She had known for some time that the day was coming when her kidneys would no longer function adequately and dialysis would be inevitable. Fortunately, primary care physicians and specialists were on hand to help her and prepare her from an early stage.
"I had been going to kidney specialists for treatment for 17 years. Then I underwent a vascular access procedure to prepare me for dialysis. But I wanted to put off the treatment for as long as possible. I felt fine, and had no intoxication symptoms, until in May 2014 my blood values became increasingly critical."
Um início delicado
O Dr. Stefano Stuard acredita que o relato de Gizella Laurencsik sobre sua transição para a diálise seja o exemplo ideal. O nefrologista é responsável por coordenar operações médicas nas clínicas de diáliase da Fresenius Medical Care na Europa, no Oriente Médio e na África. Ele também supervisiona os programas para tratamento de pacientes pré-diálise. “Nosso objetivo é garantir que os pacientes sejam bem preparados para um transplante renal. Isso significa que precisamos mantê-los estáveis fisicamente o máximo que pudermos. Pacientes que não são suficientemente adaptados para a diálise com antecedência, frequentemente sofrem de complicações cardiovasculares, como a insuficiência cardíaca congestiva.” Essas complicações são obstáculos para um subsequente transplante renal. Com o objetivo de auxiliar médicos e pacientes a se concentrarem mais nesse período pré-diálise, a Fresenius Medical Care apoia programas nacionais em vários países, como o Programa Nacional do Rim na Hungria, que vem treinando médicos e educando pessoas em grupos de risco, desde 2011. “É um programa maravilhoso,” explica Stefano Stuard. A Fresenius Medical Care apoia atividades similares na Polônia e na República Tcheca.
Não há muito o que eu não possa fazer. Faço o trabalho doméstico, rego as flores, cuido do jardim. A questão é que tudo vai em um ritmo mais lento, leva um tempo maior.
Vivendo com a máquina
Agora, Gizella Laurencsik precisa fazer a terapia de diálise numa clínica próxima, três vezes por semana. Ela vai para o tratamento logo de manhã, às 6 horas. Assim, aproveita as tardes para caminhar com seu marido e trabalhar em seu artesanato. Para Gizella Laurencsik, é importante seguir com suas atividades cotidianas. “Minha vida, na verdade, não mudou quase nada”, ela afirma. Seus filhos e netos não a percebem como alguém doente, pois ela está sempre ocupada, seja em casa, no jardim ou no grupo de arte do qual participa há dez anos. Gizella Laurencsik, é claro, tem esperança que isso permaneça assim. “Neste momento, eu estou lidando bem”, diz ela, olhando em volta todos os seus pequenos artesanatos.