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Veja alguns cuidados que o paciente renal precisa ter no verão

Segundo dados recentes da Sociedade Brasileira de Nefrologia (Censo 2018), mais de 130 mil pessoas fazem diálise no Brasil. Este, que é um país tropical com elevadas temperaturas, pode marcar até 40 graus em determinadas regiões. Por isso, nesta estação do ano, os cuidados com a pele e a ingestão de líquidos se tornam dois pontos de atenção, principalmente em relação ao paciente renal. Confira algumas dicas.

Com o aumento das temperaturas, o corpo tende a necessitar de uma ingestão de líquidos maior. Como essa quantidade é geralmente limitada a 700 ml para o paciente renal, quais são as dicas que você daria para que eles possam manter o limite permitido neste período do ano? E por que é preciso não exceder esse limite?

Para o paciente que está no estado de hidratação normal, o fundamental é que ele sempre ganhe menos do que 4% do seu peso entre as sessões de hemodiálise. Por exemplo, um paciente de 60Kg deve ganhar menos do que 2,4Kg neste período. Para o paciente em diálise peritoneal, como é um tratamento contínuo, o objetivo é regular a sua ingestão diária de líquidos para manter o seu peso corporal sempre próximo ao seu peso em normohidratação.

Para o controle do seu peso, a quantidade de líquidos que um paciente pode ingerir varia de acordo com a sua transpiração e a sua diurese residual (urina). O limite de 700 ml por dia de ingestão de líquidos é uma estimativa para os pacientes com diurese mínima e em temperatura ambiente amena. Lembramos ainda que qualquer alimento, mesmo sólido, contém quantidades expressivas de líquidos. Já o controle da sede é muito facilitado com a ingestão de alimentos nos quais não foi adicional sal.

No verão, com dias mais quentes, ocasionando mais transpiração, o paciente provavelmente poderá ingerir uma quantidade maior de líquidos do que no inverno, sem exceder o limite de ganho de 4% do peso entre as hemodiálises. Lembramos que é sempre importante consultar o seu médico ou nutricionista.

O site da Nephrocare informa que pele seca e coceira são duas características comuns ao paciente renal, que se intensificam no verão.  Assim, quais são os cuidados que o paciente deve ter com a pele na estação para o retardo destas dermatites?

O prurido (coceira) é uma complicação vista com alguma frequência nos pacientes renais. Um dos principais responsáveis é o aumento anormal do fósforo no sangue. Assim, manter os seus níveis normais é essencial para minimizarmos esta complicação. Uma pele mais delicada e seca também é comum no paciente renal e, consequentemente, o calor do verão pode piorar esta situação com o aumento da transpiração e a exposição ao sol. Tomar um banho de sol diariamente por 10 minutos, evitando o meio do dia, é saudável para a fabricação de vitamina D2 pelo organismo, mas prevenir o excesso de exposição ao sol é uma medida importante para evitar a desidratação e as lesões da pele. O uso de cremes hidratantes e protetores solares são aliados importantes neste combate e o seu médico nefrologista deve orientá-lo conforme as suas necessidades individuais.

Como o local da fístula é uma parte da pele delicada, quais são os cuidados que o paciente renal deve ter nessa região?

Na região da fístula os cuidados devem ser redobrados, principalmente no verão, quando atividades ao ar livre podem facilitar a ocorrência de escarificações e lesões na pele. O braço da fístula deve ser preservado também de traumas e compressões. O uso de protetores solares neste membro deve ser mais constante e generoso.

Marcos Sandro Fernandes é Gerente Médico da Fresenius Medical Care.

CRM: 53-28009-0