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Hipertensão, doença renal e alimentação

Dia 26 de abril é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. No Brasil, segundo pesquisa divulgada pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), a hipertensão atinge 24,3% da população. O estudo abordou indicadores como gênero, idade e acesso à educação. Com esta análise, foi constatado que o público feminino é o mais atingido pela doença (26,4%), já o masculino apresenta um percentual de 21,7%. A pesquisa também indicou que a hipertensão atinge em maior proporção pessoas idosas (60,9%) e que tem menor incidência entre os mais escolarizados (14,8%).

Hipertensão e doença renal estão intrinsicamente ligadas. Segundo artigo divulgado pela Fresenius Medical Care (FME), a hipertensão está presente em um quarto dos pacientes renais. Tal fator ainda é mais preocupante quando se leva em conta que estas duas doenças estabelecem uma relação de causa e consequência. Com isso, adotar medidas de prevenção é o caminho mais recomendado e investir em uma alimentação saudável e equilibrada pode ser o primeiro passo.

Hipertensão e doença renal – uma via de mão dupla

Marcos Sandro Vasconcelos, diretor médico da FME, explica que a pressão arterial alta pode motivar o desenvolvimento da doença renal, pois os rins sofrem os efeitos de uma pressão arterial constantemente elevada, levando à destruição progressiva dos tecidos renais, que pode culminar na necessidade de realização de diálise ou transplante renal. E, como uma via de mão dupla, a doença renal também pode ocasionar a pressão arterial alta. “O paciente em diálise perde a regulação fisiológica da quantidade normal de sal e água no corpo, que é uma das importantes funções exercidas pelos rins. Ou seja, sem os rins para eliminá-los adequadamente, esses se acumulam no organismo pela ingestão oral e são as principais causas da pressão arterial alta nesses pacientes”, afirma o especialista.

Alimentação – peça chave para a prevenção

Raquel Silva, coordenadora nacional de nutrição, explica que a pressão alta é resultado de fatores ambientais, genéticos e da interação entre ambos. Dos fatores ambientais modificáveis, a alimentação é a que exerce maior influência sobre a pressão arterial. Isso acontece tanto pela ingestão exagerada do sal, que dificulta o controle da pressão arterial, como também pela relação entre o sobrepeso e a obesidade com aumento da pressão, seja qual for a faixa etária do paciente. Portanto, o entendimento de que investir na prevenção desta doença significa também que cuidados com a alimentação são essenciais. “A adesão de hábitos alimentares saudáveis de forma sustentável é imprescindível aos pacientes que já encontram-se nesse quadro clínico ou aos que querem evitar o surgimento da doença”, salienta a nutricionista.