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Entenda a Doença Renal Crônica

A Doença Renal Crônica (DRC) se manifesta quando os rins param de desenvolver suas funções naturais. Calcula-se que a DRC afete cerca de 800 milhões de pessoas no mundo e causa, em média, 2 milhões de óbitos por ano. A doença renal crônica é caracterizada por ser assintomática em suas primeiras fases e, no Brasil, tem como duas das suas principais causas a hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus.

Entenda a função do rim

O rim é um órgão que participa do equilíbrio do organismo. Ele não só filtra e eliminas as impurezas de tudo o que ingerimos, como também participa da saúde dos ossos, do controle da pressão arterial e produz um hormônio que mantém a hemoglobina em níveis adequados, evitando a anemia. Além disso, esse órgão controla a quantidade de líquido necessária para o bom funcionamento das células do corpo.

O que é doença renal crônica?

A doença renal crônica (DRC) se manifesta quando os rins não conseguem mais desenvolver suas funções devido a insultos crônicos - hipertensão, diabetes mellitus, rins policísticos - que causam cicatrizes irreversíveis. Ela é classificada em 5 estágios, de acordo com a progressão da doença, sendo o último o mais avançado.

Fatores de risco

São fatores de risco: hipertensão, diabetes mellitus, obesidade, histórico familiar da DRC, idade acima de 65 anos, doença cardiovascular, além de obstrução do trato urinário (ex: cálculos renais), uso crônico de drogas tóxicas para os rins - principalmente os anti-inflamatórios.

Quais são as causas da DRC?

A maior causa de DRC no Brasil é a hipertensão, seguida pelo diabetes. A DRC é, na maioria das vezes, adquirida ao longo da vida. Algumas doenças que levam à doença renal crônica são hereditárias, como doença renal policística e algumas glomerulonefrites (inflamação da unidade funcional do rim). Nesses casos, quando há histórico familiar da doença, o acompanhamento médico deve acontecer desde a infância.

Crianças que já passaram por episódios de infecção urinária precisam ser avaliadas por um nefrologista, pois podem ter má formação no sistema urinário, o que pode levar a DRC a médio prazo. Muitas vezes, quando diagnosticada cedo, esta má formação pode ser corrigida.

Sintomas da DRC

Em estágio inicial ou intermediário, a DRC não apresenta sintomas, e por isso é chamada de doença silenciosa. Os sintomas aparecem quando o quadro já está avançado e são causados pelo acúmulo de metabólitos, líquido e ácidos não eliminados pelos rins. Nessa fase, a DRC pode apresentar sintomas em praticamente todos os órgãos do corpo. Os mais comuns são: falta de apetite, náuseas e vômitos, tremores, coceira, inchaço nos pés ou face, falta de ar, fraqueza, soluços e, para mulheres, ausência de menstruação.

Prevenção

  • Fazer o rastreio com exames simples: urina, creatinina e glicemia no sangue;
  • Controlar diabetes e pressão alta;
  • Adotar estilos de vida saudáveis: atividades físicas regulares, ingestão de pelo menos 2 litros de água por dia, ter uma alimentação balanceada, evitar fumar, evitar obesidade;
  • Para os pacientes renais crônicos em estágios iniciais, manter acompanhamento com nefrologista para retardar a progressão da doença.

Como funciona o tratamento da hemodiálise?

Quando os rins param de funcionar, há três opções de tratamento disponíveis: hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal. O mais conhecido e utilizado hoje no Brasil é a hemodiálise. As máquinas desta terapia, que fazem a limpeza do sangue e substituem o papel dos rins, são muito modernas e seguras. Nesta modalidade de diálise, o paciente vai a uma clínica de nefrologia de três a seis vezes por semana e fica de 2 a 4 horas em uma sessão de diálise, totalizando 12 horas semanais.  Nas clínicas Fresenius, os pacientes são sempre acompanhados por uma equipe médica multidisciplinar composta por enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais.

 

Dra. Silvia Corradi F. de Medeiros é diretora médica da Clinemge.