Ao discutir sobre transplante renal, os números importam muito
Ao discutir sobre transplante renal, os números importam muito
Ao longo de sua longa história, The Journal of American Medical Association (JAMA) publicou muitas contribuições importantes para a ciência, a medicina e a saúde. Um artigo publicado recentemente é especialmente digno de nota: uma retratação completa e correção de um estudo sobre as estatísticas de transplante renal nos EUA. Tanto o Journal quanto os autores do estudo devem ser aplaudidos por seu compromisso com dados confiáveis e precisos sobre um tópico tão importante.
O artigo intitulado “Correcting the Scientific Record — Retraction and Replacement of a Report on Dialysis Ownership and Access to Kidney Transplantation [Correção de Registro Científico — Retratação e Substituição de um Relatório sobre Propriedade de Diálise e Acesso a Transplante Renal]” explorou os dados sobre acesso à colocação na lista de espera , a um transplante de doador vivo e a um transplante de doador falecido, relativo a pacientes em diálise alocados em centros de diálise com fins lucrativos, em comparação com centros de diálise sem fins lucrativos. Um erro de codificação foi identificado pelos autores e comunicado de tal modo que, no artigo corrigido, as diferenças nas incidências cumulativas absolutas de 5 anos entre os grupos mudaram de -13,2% para -2,6% na colocação na lista de espera, de -2,3% para - 0,9% para um transplante renal de um doador vivo e de -4,3% a -1,4% para um transplante renal de um doador falecido.
Como o transplante é uma opção de tratamento essencial para pacientes com doença renal em estágio terminal (DRET) — juntamente com a diálise, e considerando a natureza silenciosa da doença renal crônica (DRC) antes que ela comprometa perigosamente a função renal —, eliminar as barreiras para um transplante oportuno, seguro e acessível continua sendo um imperativo. Muito antes de o governo Trump fazer do tratamento renal um elemento central da política de saúde dos EUA, colocando-o em primeiro plano, empresas centradas em pacientes, como a Fresenius Medical Care, já trabalhavam diligentemente para avançar no diálogo sobre como os prestadores de serviço de diálise, nefrologistas, cirurgiões/centros de transplantes, autoridades reguladoras e financiadores podem trabalhar juntos para criar uma estrutura que não apenas requeira — mas também exija — comunicação e colaboração abertas entre todas as partes interessadas, em um esforço para melhorar a disponibilidade de órgãos e aumentar o número de transplantes renais.
Alguns desses esforços incluem o incentivo para uma discussão em nível nacional sobre a integração do transplante renal em modelos de tratamentos baseados em valor, abordando diretamente as questões de lista de espera, incluindo as métricas e as práticas complexas que regem as listas de espera de transplante, revisões recentes no sistema de alocação renal, e ir além das vias médicas/fisiológicas tradicionais para abordar os problemas acerca do transplante por meio de parcerias colaborativas e uma estratégia focada em transplantes, como um novo registro nacional de doadores vivos e um kit de testes para serem realizados em casa para melhorar o acesso a doações vivas. Apesar da necessária concentração nos recursos de tratamento intensivo nos EUA durante a pandemia de COVID-19, defender o transplante como uma modalidade desejável para muitas pessoas que vivem com insuficiência renal permanece uma questão de suma importância.
Um acesso melhor ao transplante requer o alinhamento de todas as partes interessadas em torno dos melhores interesses dos pacientes. Na Fresenius Medical Care, uma mentalidade que priorize o transplante é fundamental para nossa missão de melhorar vidas por meio do acesso a terapias de substituição renal de todos os tipos. Todo transplante de sucesso representa uma vitória para a escolha, capacitação, saúde e futuro de nossos pacientes, o que é possibilitado por uma rede complexa de contribuintes. Os padrões científicos de alta qualidade dos artigos do Journal refletem o quanto os números importam e muito.
Este artigo foi elaborado Fresenius Medical Care e equipe da FierceHealthcare. A equipe editorial não participou.
Autor: Frank Maddux, MD, FACP
Diretor Médico Global, Membro do Conselho de Administração da Fresenius Medical Care